A palavra de ontem foi TEMOR, um sentimento profundo que, embora frequentemente associado ao medo, carrega as suas próprias nuances de respeito, reverência e pavor.

Significado e Origem

"Temor" vem diretamente do latim timor, timōris, que significava "medo", "receio" ou "pavor". Esta palavra está ligada ao verbo timere, "ter medo". No entanto, o seu uso em português evoluiu para descrever algo mais do que o simples susto.

Enquanto "medo" é muitas vezes uma reação a uma ameaça específica e imediata, "temor" descreve um estado mais profundo e persistente. Pode ser uma ansiedade perante o desconhecido ou, num contexto mais clássico, um medo reverencial — como o "temor a Deus" — que combina respeito e uma noção de poder esmagador.

O Temor na Arte e no Subconsciente

Esta emoção complexa sempre fascinou a humanidade, sendo uma fonte inesgotável de inspiração para mitos e arte. Na mitologia grega, Fobos era a personificação do pavor que tomava conta dos guerreiros antes da batalha.

Na pintura, poucas obras capturam a essência do terror noturno como "O Pesadelo" (1781), do artista suíço Henry Fuseli. A pintura não mostra um monstro visível, mas sim o peso do pavor no peito de uma mulher adormecida, sugerindo que o verdadeiro temor nasce dentro de nós, no nosso subconsciente.

Pintura 'O Pesadelo' de Henry Fuseli.
"O Pesadelo" (1781), de Henry Fuseli, uma obra-prima que explora o terror que emerge do subconsciente.

"Temor", portanto, é uma palavra que nos recorda a complexidade das nossas emoções, existindo na fronteira entre o medo, o respeito e o mistério do desconhecido.