A palavra de ontem foi AVELÃ, um fruto pequeno e saboroso que esconde uma história rica, com raízes que se estendem da Itália Romana às florestas mágicas dos mitos celtas.

A Noz de uma Cidade Romana

A origem do nome é surpreendentemente geográfica. "Avelã" vem da expressão em latim nux abellana, que significa literalmente "noz de Abella". Abella, hoje a cidade italiana de Avella, era famosa na Antiguidade pela qualidade das suas aveleiras.

O prestígio do fruto era tanto que o nome da cidade ficou para sempre ligado a ele, mostrando como um lugar pode batizar um alimento que se espalhou pelo mundo.

O Fruto da Sabedoria Celta

Se para os romanos a avelã era uma iguaria, para os povos celtas, a aveleira era uma árvore sagrada, um símbolo de sabedoria e conhecimento místico. Seus ramos eram usados para fazer varinhas de adivinhação e o seu fruto era considerado um alimento mágico.

Na mitologia irlandesa, conta-se a lenda do Salmão da Sabedoria. Este peixe extraordinário teria adquirido todo o conhecimento do mundo ao comer nove avelãs mágicas que caíram de uma aveleira sobre a Fonte da Sabedoria. Quem comesse o salmão, herdaria essa sabedoria, tornando a avelã a semente de toda a inspiração.

Ilustração botânica de um ramo de aveleira com folhas e avelãs.
Ramo de aveleira (Corylus avellana), a árvore cujo fruto era apreciado pelos romanos e reverenciado pelos celtas.

Assim, cada avelã que comemos é um elo com o passado: um sabor que nasceu numa cidade italiana e uma história que nos fala de conhecimento e magia, escondidos na casca de um fruto.