A palavra de ontem foi FRISA, um termo que nos transporta desde os tecidos rústicos do norte da Europa até às mais altas expressões da arte na arquitetura clássica.
Da Lã da Frísia ao Adorno
A etimologia de "Frisa" leva-nos à Frísia, uma região histórica junto ao Mar do Norte, hoje partilhada pela Holanda e Alemanha. Originalmente, a palavra designava um tecido de lã grosseiro e felpudo produzido nesta região, usado para agasalhos e para calafetar navios.
A partir da ideia de uma "tira" de tecido, o seu significado expandiu-se. Em arquitetura, passou a designar o friso: uma faixa horizontal, lisa ou decorada, que serve de ornamento. É esta evolução que eleva a palavra de um simples material a um elemento central na história da arte.
A História Contada em Mármore
O exemplo mais sublime de um friso é, sem dúvida, o do Pártenon de Atenas. Esta obra-prima da escultura grega, com 160 metros de comprimento, representa a Grande Panateneia, uma procissão cívica e religiosa em honra da deusa Atena.
Criado sob a direção do escultor Fídias, o friso do Pártenon é uma narrativa esculpida em mármore. Mostra cavaleiros, músicos, cidadãos e os próprios deuses do Olimpo a observar a celebração. Mais do que um adorno, é um documento histórico e artístico que revela os valores e a vida da Atenas clássica. O friso transforma a pedra num palco onde a sociedade se representa a si mesma para a eternidade.

Assim, "Frisa" é uma palavra que une o utilitário e o sublime. Começou por ser um tecido que nos protege do frio e evoluiu para o friso que adorna templos, contando as histórias que nos aquecem a alma e definem a nossa civilização.